A Ginecologia, enquanto especialidade médica dedicada à saúde do sistema reprodutor feminino, é o ponto de partida essencial para compreender, preservar e promover a fertilidade da mulher. É nessa mesma jornada que ela se encontra, de forma natural e complementar, com a Reprodução Humana, área que une ciência, tecnologia e sensibilidade para auxiliar aqueles que enfrentam dificuldades para gerar uma nova vida.
A ginecologia acompanha a mulher desde a puberdade até a menopausa, monitorando funções hormonais, ovulatórias, cíclicas e estruturais do aparelho reprodutivo. Alterações como irregularidades menstruais, endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), miomas e falência ovariana precoce são exemplos de condições que, diagnosticadas precocemente pelo ginecologista, impactam diretamente a fertilidade.
É nesse contexto que o olhar da Reprodução Humana se integra. A partir da suspeita ou confirmação de fatores que comprometem a fertilidade, a atuação do especialista em medicina reprodutiva torna-se fundamental para ampliar as possibilidades diagnósticas e terapêuticas.
Essa união entre Ginecologia e Reprodução Humana permite:
🔹 Avaliação completa da reserva ovariana e da função hormonal
🔹 Investigação das causas de infertilidade conjugal
🔹 Tratamentos hormonais personalizados
🔹 Técnicas de baixa e alta complexidade (IIU, FIV, ICSI)
🔹 Preservação da fertilidade (congelamento de óvulos, embriões ou tecido ovariano)
🔹 Acompanhamento emocional e integral do casal
Além da parte técnica, esse encontro é também profundamente humano. Ao acompanhar de perto os ciclos, os planos e os desafios de cada mulher, a ginecologia prepara o terreno para que a reprodução assistida possa agir com precisão, respeito e empatia.
Em resumo, a ginecologia não apenas cuida do presente, mas também prepara o futuro reprodutivo. E quando esse futuro encontra obstáculos, é na medicina reprodutiva que se abre um novo capítulo de possibilidades — sempre guiado pela ciência e pelo desejo de formar uma família.
Cuidado que Previne: A Importância dos Exames Ginecológicos Regulares
A saúde da mulher vai muito além da ausência de sintomas. Os exames ginecológicos periódicos são essenciais para a prevenção, detecção precoce e tratamento eficaz de diversas condições que podem impactar diretamente o bem-estar físico, emocional e reprodutivo ao longo da vida.
Avaliações de rotina, como o Papanicolau (exame preventivo), colposcopia, permitem identificar alterações nas células do colo do útero que podem evoluir para o câncer, além de infecções como o HPV. A ultrassonografia pélvica, os exames hormonais e as avaliações clínicas ajudam a diagnosticar precocemente miomas, cistos ovarianos, endometriose, disfunções hormonais, entre outras condições comuns — muitas vezes silenciosas.
Além disso, a consulta ginecológica é um espaço de diálogo seguro sobre ciclos menstruais, contracepção, fertilidade, menopausa, sexualidade e autocuidado.
Realizar exames regularmente é um gesto de responsabilidade e amor-próprio. A prevenção é sempre o caminho mais inteligente, eficaz e menos invasivo. Cuidar da saúde ginecológica é investir em qualidade de vida, hoje e no futuro.
O período fértil corresponde aos dias do ciclo menstrual em que a mulher tem maior chance de engravidar. Ele é definido como o período que antecede e sucede a ovulação, ou seja, o momento em que o ovário libera um óvulo viável para fecundação.
Durante esse intervalo, o corpo feminino manifesta sinais sutis (e às vezes bastante evidentes) de que está preparado para a concepção.
Os sinais e sintomas comuns do período fértil são:
1- Alteração do muco cervical: O corrimento vaginal torna-se mais abundante, claro, elástico e semelhante à clara de ovo crua. Esse muco facilita a mobilidade e a nutrição dos espermatozoides, além de indicar proximidade da ovulação.
2- Dor pélvica leve ou pontada abdominal: Algumas mulheres relatam uma discreta dor lateralizada na região inferior do abdome, geralmente associada ao momento da liberação do óvulo.
3- Aumento da libido: Oscilações hormonais, especialmente o pico de estrogênio, podem provocar aumento do desejo sexual.
4- Sensibilidade mamária leve: A ação hormonal cíclica pode causar discreta dor ou inchaço nas mamas, referida por algumas mulheres.
5- Melhora do aspecto da pele e do humor: O período fértil coincide com a fase de maior produção de estrogênio, podendo promover sensação de bem-estar, maior energia e até mudanças positivas na aparência da pele.
6- Elevação da temperatura corporal basal:
Após a ovulação, há um leve aumento da temperatura basal (em média 0,3 a 0,5 °C), que pode ser detectado por mulheres que monitoram diariamente essa variável.
Em ciclos regulares de 28 dias, a ovulação costuma ocorrer por volta do 14º dia. Contudo, cada corpo é único, e o reconhecimento dos sinais do período fértil é uma ferramenta valiosa tanto para quem deseja engravidar quanto para quem busca conhecer melhor seu próprio ciclo.
Para quem tem ciclos irregulares, dificuldades para engravidar ou quer mais segurança na identificação do período fértil, o acompanhamento com ginecologista e exames de ultrassonografia ou dosagem hormonal podem ser indicados.
Conhecer o seu corpo é um gesto de autocuidado e de empoderamento sobre sua saúde reprodutiva.
A contracepção é uma ferramenta essencial para o planejamento reprodutivo e a autonomia da mulher sobre seu corpo. Hoje, há uma ampla variedade de métodos disponíveis, com diferentes mecanismos de ação, durações, formas de uso e níveis de eficácia. A escolha deve ser individualizada, considerando o estilo de vida, condições de saúde, efeitos colaterais, praticidade e desejo de gestação futura.
Confira os principais grupos de métodos contraceptivos:
1- Métodos hormonais combinados (estrogênio + progesterona):
• Pílula combinada oral
• Adesivo transdérmico
• Anel vaginal
Esses métodos inibem a ovulação e alteram o muco cervical. São eficazes quando usados corretamente, mas requerem uso regular e atenção à adesão.
2- Métodos hormonais com progestagênio isolado:
• Minipílula
• Injetável trimestral ou mensal
• Implante subdérmico (3 anos de duração)
• DIU hormonal (levonorgestrel – duração de 5 a 8 anos)
Ideais para quem não pode usar estrogênio ou está no pós-parto, com alta eficácia e menor interferência no ciclo, especialmente os de longa duração.
3- Dispositivo intrauterino de cobre (DIU de cobre ou de prata):
Método não hormonal que atua alterando o ambiente uterino e impedindo a fecundação. Tem longa duração (até 10 anos), é reversível e não interfere nos hormônios naturais, mas pode intensificar o fluxo menstrual.
4- Métodos de barreira:
• Preservativo masculino e feminino
• Diafragma
Além de evitarem a gravidez, são os únicos métodos que também protegem contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
5- Métodos comportamentais (naturais):
• Tabela/calendário
• Temperatura basal
• Muco cervical
• Coito interrompido
Requerem disciplina, conhecimento do próprio ciclo e não são os mais seguros em termos de eficácia.
6- Métodos definitivos (esterilização):
• Laqueadura tubária
• Vasectomia
Indicados para quem tem certeza de que não deseja filhos no futuro. São procedimentos cirúrgicos considerados permanentes, embora reversões sejam possíveis em alguns casos.
7- Contracepção de emergência:
• Pílula do dia seguinte
Deve ser usada apenas em situações pontuais, dentro de até 72 a 120 horas após a relação sexual desprotegida. Quanto antes for utilizada, maior a eficácia. Não deve ser usada como método regular.
A melhor contracepção é aquela que se adapta à sua rotina, saúde e momento de vida. O acompanhamento com um profissional de saúde é fundamental para orientar a escolha mais adequada e garantir segurança, conforto e bem-estar.
Contracepção não é só prevenção: é autonomia, planejamento e liberdade reprodutiva.
É um pequeno dispositivo em forma de “T” revestido com fios de cobre. Atua causando uma reação inflamatória no útero, que torna o ambiente hostil para espermatozoides, impedindo a fecundação.
Duração:
Até 10 anos
Vantagens:
• Método não hormonal
• Longa duração e reversível
• Eficácia contraceptiva elevada (>99%)
• Pode ser utilizado por mulheres que não toleram hormônios
• Pode ser inserido imediatamente após o parto ou aborto
Desvantagens:
• Pode aumentar o fluxo menstrual e a intensidade das cólicas
• Não previne infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
• Necessita de inserção e retirada por profissional habilitado
Similar ao DIU de cobre, mas com um núcleo central de prata que reduz a fragmentação do cobre ao longo do tempo.
Duração:
Até 5 anos (alguns modelos até 10)
Vantagens:
• Mesmos benefícios do DIU de cobre
• Liberação de íons de cobre mais estável
• Menor risco de sangramentos intensos em algumas mulheres
Desvantagens:
• Perfil de efeitos colaterais semelhante ao DIU de cobre tradicional
• Custo geralmente mais elevado
Dispositivo em forma de “T” que libera o hormônio levonorgestrel diretamente na cavidade uterina, provocando espessamento do muco cervical e atrofia endometrial, dificultando a passagem dos espermatozoides e a implantação embrionária.
Duração:
De 3 a 8 anos, dependendo do modelo
Vantagens:
• Redução significativa do fluxo menstrual
• Melhora de cólicas menstruais
• Pode ser usado no tratamento de adenomiose, endometriose e hiperplasias endometriais
• Alta eficácia contraceptiva
• Liberação hormonal local, com menor absorção sistêmica
Desvantagens:
• Pode causar sangramentos irregulares nos primeiros meses
• Efeitos hormonais leves (sensibilidade mamária, acne, alterações de humor)
• Necessita inserção profissional
A escolha do DIU ideal deve considerar fatores como idade, fluxo menstrual, histórico de cólicas, presença de patologias ginecológicas (como endometriose ou miomas), contraindicações hormonais e desejo de filhos futuros. Uma avaliação ginecológica criteriosa é fundamental para a escolha segura e personalizada.
O DIU representa uma excelente opção para mulheres que buscam praticidade, eficácia e liberdade reprodutiva. Com o acompanhamento adequado, é possível encontrar a melhor alternativa para cada fase da vida.
O corrimento vaginal é uma manifestação comum na saúde ginecológica e, em muitos casos, é fisiológico, ou seja, normal e esperado a depender da fase do ciclo menstrual. No entanto, alterações na cor, odor, consistência ou presença de sintomas associados podem indicar infecções ou desequilíbrios que merecem avaliação médica.
É uma secreção vaginal clara, transparente ou levemente esbranquiçada, sem cheiro forte e tem como características:
• Variável ao longo do ciclo menstrual
• Sem coceira, dor ou ardor
• Pode aumentar no período fértil, na gravidez ou com o uso de anticoncepcionais hormonais
Queixa muito frequente no consultório, causada pela Candida albicans (fungo), que tem como principais características, secreção espessa, branca, grumosa (tipo “nata de leite”) e sem odor, associadas aos seguintes sintomas:
• Coceira intensa
• Ardência ao urinar
• Vermelhidão e inchaço vulvar
• Dor ou ardência nas relações sexuais
Fatores de risco comuns: uso de antibióticos, gravidez, diabetes, uso de roupas muito apertadas ou abafadas.
Causada pelo desequilíbrio da flora vaginal com proliferação de Gardnerella vaginalis. Caracteriza-se por corrimento fluido acinzentado, homogêneo, com odor fétido (peixe podre), que piora após a relação sexual
Sintomas associados:
• Em geral, sem prurido
• Pode haver leve desconforto vaginal
Importante: é a infecção vaginal mais comum em mulheres em idade reprodutiva e não está necessariamente ligada a relações sexuais.
Causada por um protozoário, Trichomonas vaginalis , considerada uma doença sexualmente transmissivel. Caracteriza-se por um corrimento de aspecto amarelado ou esverdeado, bolhoso (espumoso), com odor desagradável.
Os principais sintomas associados são:
• Coceira intensa
• Dor ou ardência ao urinar
• Inflamação da mucosa vaginal e do colo do útero
• Pode ser assintomática
Transmissão sexual – o parceiro também deve ser tratado.
Se houver mudanças na cor, cheiro, volume ou consistência do corrimento, especialmente se acompanhadas de coceira, ardência, dor pélvica, sangramento ou desconforto sexual, é essencial consultar um profissional para avaliação e tratamento adequado.causa consequencia
Quando o Endométrio Vai Além de Onde Deveria Estar
A endometriose é uma condição ginecológica crônica e frequentemente dolorosa, em que células semelhantes às do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, se desenvolvem fora da cavidade uterina. Esses focos ectópicos podem se alojar em locais como os ovários, tubas uterinas, cavidade pélvica e abdominal, intestino e bexiga.
Durante o ciclo menstrual, essas células fora do útero também respondem aos hormônios e podem sangrar, inflamar e formar aderências, causando dor e alterações importantes na anatomia pélvica.
Os principais sintomas da endometriose são:
• Cólica menstrual intensa e progressiva
• Dor durante as relações sexuais
• Alterações intestinais ou urinárias cíclicas
• Dor pélvica crônica
• Infertilidade ou dificuldade para engravidar
É importante destacar que a intensidade da dor não está, necessariamente, relacionada ao tamanho das lesões. Mesmo focos pequenos podem provocar sintomas incapacitantes.
O diagnóstico pode ser desafiador e muitas mulheres enfrentam anos de sintomas antes de receberem uma confirmação. Ele é baseado na história clínica detalhada, exame físico e exames de imagem como ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal ou ressonância magnética pélvica. Em alguns casos, a videolaparoscopia é necessária para confirmação e tratamento cirúrgico.
O tratamento da endometriose deve ser individualizado, levando em conta a gravidade dos sintomas, a localização das lesões e, principalmente, o desejo de gestar. Pode incluir:
• Uso de medicações hormonais para suprimir a menstruação
• Tratamento da dor com analgésicos ou anti-inflamatórios
• Cirurgia para remoção dos focos de endometriose e aderências
• Apoio multidisciplinar, com nutricionista, psicólogo e fisioterapia pélvica
A endometriose não tem cura definitiva, mas o controle adequado dos sintomas permite uma vida com qualidade e autonomia. O diagnóstico precoce e o cuidado contínuo são as chaves para preservar a saúde ginecológica e reprodutiva da mulher.
Dor não deve ser normalizada. Se você sente que algo está errado, procure sua ginecologista.
A adenomiose é uma condição ginecológica caracterizada pela presença de tecido endometrial (glândulas e estroma) no interior do miométrio, a camada muscular do útero. Trata-se de uma forma de “endometriose na parede uterina”, com comportamento clínico e terapêutico próprios.
Essa invasão do endométrio no músculo uterino provoca espessamento da parede uterina e inflamação crônica, o que pode levar a sintomas intensos e progressivos, afetando diretamente a qualidade de vida da mulher.
Principais manifestações clínicas da adenomiose:
• Menstruação abundante (menorragia)
• Cólicas menstruais intensas e refratárias (dismenorreia)
• Dor pélvica crônica
• Sensação de peso ou aumento do volume abdominal
• Infertilidade em alguns casos
Ao exame físico, pode-se identificar um útero aumentado de volume e amolecido. O diagnóstico por imagem é feito, preferencialmente, com ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética pélvica, que evidenciam alterações como espessamento da zona juncional e presença de cistos intramiometriais.
O tratamento é individualizado, considerando idade, gravidade dos sintomas e desejo de fertilidade. As opções incluem:
• Anticoncepcionais hormonais combinados
• Progesterona isolada ou DIU hormonal (levonorgestrel)
• Análogos de GnRH, em casos selecionados
• Cirurgia conservadora ou histerectomia, em casos refratários e sem desejo reprodutivo
A adenomiose é uma condição benigna, mas com impacto potencialmente significativo na qualidade de vida da mulher. Por isso, o acompanhamento ginecológico regular, com atenção à queixa dolorosa e ao padrão menstrual, é fundamental para um manejo eficaz e humanizado.
Os miomas uterinos, também chamados de leiomiomas, são tumores benignos formados por células musculares lisas e tecido fibroso, que se desenvolvem no útero. Embora sejam não cancerígenos, podem impactar significativamente a qualidade de vida da mulher, dependendo de suas características.
Estima-se que até 70% das mulheres em idade reprodutiva possam apresentar miomas, embora muitos sejam assintomáticos e descobertos apenas em exames de rotina.
A localização do mioma é um dos principais fatores que determinam seus sintomas e consequências clínicas. Eles são classificados em três tipos principais:
🔸 Miomas Subserosos – Desenvolvem-se na parte externa do útero (serosa). Podem atingir grandes volumes e causar compressão de estruturas vizinhas, como bexiga e intestino, levando a desconforto abdominal, aumento do volume abdominal e alterações urinárias ou intestinais.
🔸 Miomas Intramurais – Localizados na espessura da parede uterina (miométrio), são os mais comuns. Estão frequentemente associados a menstruações intensas, cólicas, aumento do útero e dor pélvica crônica.
🔸 Miomas Submucosos – Crescem em direção à cavidade uterina, podendo distorcer o endométrio. Mesmo quando pequenos, estão intimamente ligados a sangramentos uterinos anormais, anemia, falhas de implantação embrionária, abortos espontâneos e infertilidade.
As repercussões clínicas variam de mulher para mulher, mas incluem:
• Menorragia (sangramento menstrual intenso)
• Anemia ferropriva
• Dor pélvica ou pressão abdominal
• Infertilidade ou dificuldade para manter a gestação
• Sintomas urinários e intestinais por compressão
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal ou a ressonância magnética pélvica, que ajudam a avaliar tamanho, número e localização dos miomas.
O tratamento deve ser individualizado, considerando idade, sintomas, desejo reprodutivo e impacto na qualidade de vida. Pode variar desde o acompanhamento clínico e uso de medicações hormonais até cirurgias como a miomectomia ou, em casos específicos, a histerectomia.
A avaliação ginecológica periódica é fundamental para o diagnóstico precoce e o manejo adequado dessa condição tão frequente, sempre com um olhar cuidadoso e personalizado.
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição endócrino-metabólica comum, que afeta cerca de 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Caracteriza-se por um desequilíbrio hormonal que pode impactar tanto a saúde ginecológica quanto o metabolismo geral da paciente.
Na SOP, é frequente a presença de ciclos menstruais irregulares, aumento de andrógenos (hormônios masculinos), dificuldade para ovular e, múltiplos pequenos folículos visíveis nos ovários ao ultrassom pélvico/transvaginal, o que popularmente se chama de “ovários policísticos”. No entanto, é importante lembrar que o diagnóstico vai muito além do ultrassom, e envolve uma avaliação clínica e laboratorial cuidadosa.
As manifestações da SOP variam em cada mulher, podendo incluir:
🔸 Irregularidade menstrual
🔸 Acne, oleosidade da pele e aumento de pelos (hirsutismo)
🔸 Dificuldade para engravidar
🔸 Ganho de peso e resistência à insulina
O tratamento deve ser sempre individualizado, considerando os sintomas, o desejo reprodutivo e o estilo de vida da paciente. Pode envolver mudanças alimentares, atividade física, medicações hormonais, controle metabólico e, em alguns casos, tratamentos de fertilidade.
Mais do que controlar sintomas, o acompanhamento médico regular na SOP é essencial para a prevenção de complicações a longo prazo, como diabetes tipo 2, hipertensão, alterações do colesterol e risco cardiovascular aumentado.
Cuidar da SOP é um compromisso com a saúde integral da mulher, mantendo o equilíbrio hormonal, qualidade de vida e bem-estar em todas as fases.
Transição Menopausal: Um Novo Ciclo com Cuidado e Equilíbrio
A menopausa representa o fim natural da fase reprodutiva da mulher, diagnosticada clinicamente após 12 meses consecutivos sem menstruação, geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos. No entanto, os sintomas e transformações fisiológicas podem começar anos antes, na fase conhecida como climatério ou transição menopausal.
Durante esse período, há uma progressiva queda na produção dos hormônios ovarianos, especialmente estrogênio e progesterona, o que pode provocar uma série de manifestações clínicas e impactar significativamente a qualidade de vida.
Os principais sintomas da transição menopausal são:
• Ondas de calor e sudorese noturna
• Alterações do sono
• Irritabilidade, ansiedade e oscilações de humor
• Secura vaginal e dor nas relações sexuais
• Queda da libido
• Diminuição da densidade óssea
• Ganho de peso e redistribuição da gordura corporal
• Alterações cognitivas sutis (memória e concentração)
A TRH consiste na administração de hormônios (estrogênio isolado ou em combinação com progesterona) para aliviar os sintomas do climatério, oferecer qualidade de vida e benefícios metabólicos e preventivos em mulheres sintomáticas e bem selecionadas.
Os principais benefícios da TRH:
• Redução significativa das ondas de calor e suores noturnos
• Melhora da qualidade do sono e do humor
• Restauração da lubrificação vaginal e conforto nas relações
• Preservação da densidade óssea, reduzindo o risco de osteoporose
• Melhora da função cognitiva e da disposição geral
• Impacto positivo sobre o perfil lipídico (colesterol) e saúde cardiovascular, quando iniciada precocemente.
A TRH é segura, desde que não seja indicada de forma indiscriminada. Antes de iniciar o tratamento, é fundamental uma avaliação médica criteriosa, considerando:
• Idade da paciente e tempo desde o início da menopausa
• Presença de fatores de risco cardiovascular, trombóticos ou história de câncer hormônio-dependente.
• Via de administração mais adequada (oral, transdérmica, vaginal)
A TRH é indicada para mulheres saudáveis, com menos de 60 anos ou com menos de 10 anos de menopausa, os benefícios da TRH geralmente superam os riscos, especialmente quando os sintomas são intensos.
Existem também opções não hormonais, em casos com contraindicação ou escolha pessoal como os fitoterápicos, antidepressivos de baixa dose, lubrificantes e hidratantes vaginais, além de mudanças no estilo de vida.
A transição menopausal não precisa ser um período de sofrimento. Com orientação médica, informação de qualidade e acompanhamento individualizado, é possível atravessar essa fase com equilíbrio, saúde e bem-estar.o melhor a relação causa consequencia